Ajudem a Rita na luta contra o cancro
Um diagnóstico precoce de cancro da mama, aos 25 anos, lançou-me nesta longa luta que travo há 6 anos.
O cancro da mama triplo negativo que me foi diagnosticado é o mais raro e agressivo dos cancros de mama. É responsável por 10-15% dos cancros de mama e não tem recetores para a progesterona e estrogénio, nem produz a proteína HER2 (daí responder negativamente 3x). Difere dos outros tipos de cancro de mama pela sua rápida disseminação, opções limitadas de tratamento e pior diagnóstico. Ainda assim, aceitei a luta com garra, fiz vários ciclos de quimioterapia e radioterapia, mastectomia radical da mama esquerda e todos os processos envolventes, mantendo sempre o espírito positivo, a resiliência e a esperança.
Ao longo de cerca de 2 anos, com o acompanhamento de várias equipas médicas, fomos mantendo a doença sob vigilância. Concluí a reconstrução mamária aos 27 anos, altura em que voltam os sinais de alerta: o corpo não responde às mensagens que o cérebro envia. O tropeçar na perna esquerda torna-se constante e a falta de força do braço esquerdo é também evidente. Apesar da epilepsia anteriormente diagnosticada e controlada, as crises convulsivas tornam-se frequentes. Esses acontecimentos levam a exames, que trazem resultados menos favoráveis: metastizacão cerebral, hepática e pulmonar. Seguem-se mais tratamentos de radiocirurgia e quimioterapia por mais de um ano. É então que se decide pela interrupção da quimioterapia, uma vez que a doença se encontrava estável e por o corpo revelar alguns sinais de toxicidade e cansaço.
Parecia estar tudo mais calmo, mas em menos de um ano, as ressonâncias magnéticas voltam a revelar a progressão das metástases cerebrais. Opta-se por novas sessões de radiocirurgia, desta vez repartida em 3 ciclos, de forma a serem menos agressiva para o cérebro. Na altura ajudaram na redução dos sintomas, mas 5 meses depois, em Julho de 2020, voltaram as crises convulsivas, desta vez mensais. As ressonâncias mostram mais inflamação e progressão nessa mesma zona cerebral, a área responsável pela coordenação motora. Tratamentos de radioterapia ou até mesmo cirurgia são desta vez postos de parte pelo serviço nacional de saúde, dada a grande possibilidade de paralisação. Fico sem alternativas no Hospital de Braga...
É aí que surge a possibilidade de um tratamento chamado Hipertermia, na CUF do Porto. Após várias notícias desencorajadoras, essa possibilidade é aceite e aberta pelos médicos da CUF.
Numa fase inicial, para testar a reação aos tratamentos, farei 10 ciclos de hipertermia local. Estes tratamentos não são comparticipados e cada um custa 175€. Por serem tratamentos num hospital privado, não conto com qualquer tipo de ajuda por parte do estado, daí ter optado por esta via.
Da minha parte, invisto 100% da minha força, confiança e convicção, abraçando a vida e mais uma luta.
Conto com a vossa contribuição, que será muito bem-vinda, por mais pequena que seja. Acredito que juntos, somos mais fortes e eu vencerei.