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CHEILA GONÇALVES
A História resumida do meu infortúnio

No passado ano de 2022, encontrando-me há cerca de 3 anos a trabalhar
nos serviços financeiros da sucursal Portuguesa da multinacional Air Liquide
- gigante europeu da indústria do Gás - como resposta à minha candidatura,
recebi uma oferta para me transferir para a Sede da Empresa em Paris.
E foi assim que na Primavera desse mesmo ano, ainda em plena crise do
Covid, me mudei de Portugal para a França na companhia duma pequena
mala com os meus pertences essenciais, mas carregando uma enorme
apreensão pelo arrojo do passo que acabava de arriscar no desconhecido e
também o peso nostálgico por deixar bem longe para trás as minhas
referências de sempre, particularmente a minha família e os meus idosos
pais... No lado oposto das emoções, viajava extremamente feliz por encetar
uma nova experiência na vida, com os braços cheios de projetos e sonhos;
afinal estava a vir para Paris, cidade onde estivera com os meus pais com
apenas 3 meses de idade e que de repente me aparecia no horizonte
imediato como uma possibilidade exequível de realizar um sonho antigo.
Alojada pela Empresa no "coração" da “Cidade Luz” a curta distância do
meu trabalho, no fatídico dia 21 de Maio, consumi uma refeição, pré-confecionada e embalada industrialmente, que tinha comprado num
supermercado na vizinhança. Foi o início do meu calvário: no dia seguinte
comecei a sentir-me fortemente indisposta (visão turva e tonturas). Recorri,
então, a uma consulta on-line que me diagnosticou Stress e normal
perturbação resultante da minha recente mudança de vida e do inevitável
e angustiante período de adaptação ao emprego, cidade nova, país
diferente.
Infelizmente o meu inicial mal-estar dava sinais evidentes de agravamento,
levando-me no dia seguinte a apelar à ajuda de uma familiar residente em
França, que me acompanhou às urgências de um dos hospitais da região
parisiense onde fui observada e onde corroboraram o diagnostico obtido
na minha consulta não presencial, não recorrendo por isso (creio) aos
habituais meios de prevenção de riscos maiores e limitando-se a
recomendar que me quedasse algum tempo no Hospital em regime de
observação. E é nesta condição, e neste espaço de responsabilidade dos
agentes hospitalares que no dia seguinte, o meu estado se deteriora
rapidamente e a olhos vistos, com a perda da fala, da locomoção e da
visão.......... culminando numa paragem cárdio-respiratória... O meu
coração parou, 20 minutos depois de terem garantido à minha irmã gémea,
que a situação “não era de todo preocupante”, que era “totalmente
reversível” e que “não estavam preocupados com a minha vida” palavras
proferidas por um médico estagiário... Fui reanimada e consequentemente
submetida ao coma induzido e à ventilação mecânica.
Como é lógico, tudo o que acontece posteriormente é-me relatado pela
minha irmã e meus pais, que viajaram de imediato para a França para
estarem comigo nesse funesto momento da minha vida:
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(família dixit)
"Exames efetuados no renomado Instituto Pasteur aos restos dos
alimentos ingeridos pela Cheila, deram como resultado: intoxicação com
Clostidrium boutulinum, vulgo BUTOLISMO, bactéria encontrada no solo,
nas fezes humanas ou de animais e nos alimentos, doença que pode
conduzir a morte por paralisia da musculatura respiratória.
O estado comatoso que resultou de um diagnóstico completamente “a
leste” da verdadeira causa da crise que levara a Cheila a recorrer ao socorro
médico, arrastou-se por cerca de dois meses, sendo de destacar nesse
período, uma reunião com o corpo médico na qual nos foi dado saber que
" exames altamente sofisticados realizados à paciente, registavam sem
margem para dúvidas que não voltaria a acordar, por conseguinte, não
se justificava a continuação dos esforços destinados à sua impossível
reanimação, por outras palavras : "era chegado o momento de desligar os
aparelhos sustentadores da vida ".
Como se pode imaginar, este foi um momento alto no nível da pungência e
dor que nos dilacerava! Repudiamos veementemente a insidiosa
informação capeada como "certeza técnica" por duas razões fundamentais:
1° parecia-nos que estava a ser concedido muito pouco tempo à aposta num
despertar do coma, e 2° porque observávamos com alguma frequência
pequenos/micro movimentos da doente que nos "garantiam" que o seu
corpo estava vivo. Poucos dias depois desta tempestuosa reunião, a nossa
Cheila reabriu os seus olhos para nós e para o Mundo! Foi o dealbar da sua
caminhada de reabilitação, que resultou numa transferência para o
Hospital Raymond Poincaré, referência em França na recuperação de casos
análogos ao da Cheila."
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Atualmente, e depois de 1 ano hospitalizada neste centro de reeducação,
onde tive que reaprender a respirar sozinha, reaprender a falar, reaprender
a comer, a minha reeducação clinica encontra-se num patamar bastante
avançado, tendo já recobrado as minhas capacidades sensoriais, (bons
níveis de audição e de visão e gozando de uma capacidade cerebral igual à
anterior ao acidente - ex: leio e escrevo nas 4 línguas que domino
(português, francês, espanhol e inglês) -, memorizo e recorro à memória
com normalidade continuando, todavia o tratamento médico para
aperfeiçoamento e consolidação dos progressos alcançados. A parte mais
problemática tem sido a motricidade. Está em curso um programa cirúrgico
visando corrigir anomalias ósseas - osteomas desenvolvidos nas ancas -
resultantes do coma, ao mesmo tempo que se dá continuidade, com maior
grau de intensificação, aos exercícios que têm como objetivo final: o meu
caminhar.
Está previsto para a última quinzena do mês de Setembro o fim do
internamento hospitalar e a minha transferência para o regime de "Hôpital
de jour = Hospital Ambulatório", ou seja: passo a residir fora da unidade
hospitalar mas continuo, todavia, com os programas de tratamento de
reeducação prescritos e administrados pelas autoridades médicas
tutelares.
Tenho a sorte de contar neste momento de angustia com a presença
permanente dos meus pais e pontualmente dos meus irmãos, que me
respaldam sem desfalecimento, reconfortando-me com a sua companhia,
dando-me a coragem, a força anímica e o estimulo indispensáveis para
ultrapassar esta dificílima provação.
Nesta cruzada contra o infortúnio, seria ingratidão minha não exprimir uma
forte palavra de reconhecimento pelo amor e carinho indefetíveis da
minha família e a solidariedade e humanidade de muitos dos meus amigos,
colegas e simples conhecidos.

Um muito obrigado a todos,
Cheila
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